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À Lei e ao Testemunho!

  • Gile
  • 18 de set. de 2017
  • 5 min de leitura

“A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos” (Salmos 19.7-9). Pergunte a um cego de nascença como é não poder ver, e ele responderá: normal. Pois sempre não pôde ver, esse é o padrão para ele! Questione ao surdo, que assim já veio ao mundo, como é não poder ouvir, e certamente devolverá com outra pergunta: e como é poder ouvir? Pois a audição está fora da realidade dele. Nunca a experimentou, por isso ela não lhe faz falta. É como entrevistar um peixe tentando descobrir como é viver sem ar. O oxigênio está presente no mundo dele, só que está diluído na água – como ele vive em um mundo assim? É simples – ele tem a capacidade de extrair o oxigênio da água; nós, não. É uma questão de necessidade, mas – acima de tudo – de capacidade: ele é capaz de fazer algo que nós não somos! Você pode se acostumar ao seu mundo, pode simplesmente se adaptar a ele. Ou pode se perguntar porque ele é assim e tentar modificá-lo. Um garoto caucasiano típico que nasça na China certamente vai querer saber por que as pessoas ao seu redor são diferentes – ele nasceu em um mundo que não é o seu. E o que tudo isso tem a ver com o trecho bíblico que citei acima? Vejamos! A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma. Preste atenção em como o salmista é cuidadoso ao escolher as palavras – restaura a alma. Restaura. Isso significa que está precisando ser consertada? Sim! Restaurar significa reparar, restabelecer ou pôr no estado anterior e original. A lei do Senhor é capaz de fazer à alma humana o mesmo que um artesão faz às obras de arte, de algum modo, danificadas. O que o artesão pretende com seu ato é restaurar ao estado original, é um movimento em direção à originalidade daquela peça. De fato, Deus nos compara a um vaso de barro: “Palavra do SENHOR que veio a Jeremias, dizendo: Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do SENHOR: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? — diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jeremias 18.1-6). Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. E como esse oleiro faria isso? O salmista responde: a lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma. Observe: a lei do Senhor. Agora, pergunte a alguém que nasceu sem deficiências físicas como é ter perdido a visão – a resposta será muito diferente daquele que nasceu com tais limitações. Aquele dirá o quanto sente falta da habilidade que perdeu. O cego lamentará não poder ver o pôr do sol novamente, o surdo se queixará de não poder ouvir o som das ondas quebrando à beira-mar. E quanto às nossas almas? Elas estão limitadas em nosso estado atual. Não nos sentimos insatisfeitos, vazios e infelizes? Tanto é que nos envolvemos naquilo que eu chamo de pseudoanalgésicos da alma: tecnologia (smartphones, tablets, carros potentes, smartwatches, redes “sociais”), diversões (viagens, festas, bebidas, comidas, esportes), relacionamentos (casamentos múltiplos, amizades múltiplas, relações íntimas múltiplas). E por que tudo isso? Porque não temos o que precisamos. Se tivéssemos, não precisaríamos de nada disso! (E não é assustador que tudo isso exista e que as pessoas cada vez mais precisem disso?) Algo está faltando ao ser humano para que ele possa ser, de fato, completo. Na verdade, para que ele possa ser restaurado. Ele não se encontra em seu estado de perfeito funcionamento. Extraviou-se pelo seu caminho. Ao olhar para o mundo em que vivemos, Jesus ainda vê a humanidade na mesma situação em que se encontrava há mais dois mil anos: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mateus 9.36; grifo acrescido). Exaustas e aflitas – perfeita forma de nos descrever atualmente. E o que acontece quando nos perdemos nesse caminho? Eis o testemunho da sabedoria: “O homem que se desvia do caminho do entendimento na congregação dos mortos repousará” (Provérbios 21.16). Na congregação dos mortos repousará! Acho que ficou claro, não? E, se não ficou, permita-me sê-lo: a congregação dos mortos não é apenas o lugar dos que já não possuem vida biológica. Ele se refere à perda da vida espiritual, da alegria e esperança. Enfim, à condenação eterna – uma morte espiritual, em oposição à vida – aqui descrita – em sentido espiritual. Isso é semelhante ao que ocorre ao nosso corpo – a temperatura começa a subir, tosse, dor no corpo, calafrios, dor ao respirar… algo está errado. Então, procuramos um médico e descobrimos que… estamos doentes! Há sinais, e eles estão por toda parte, indicando que algo não está certo com a humanidade, ela está espiritualmente ferida. E a chaga do pecado que a afligiu permanece estabelecendo seus efeitos nefastos até que os homens se dêem conta de que estão fora “do caminho do entendimento”. E isso deve ser feito antes de que “na congregação dos mortos” repousem. Como? “A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos” Simples assim. E não é por menos que o homem permanece caído: ele recusa a única forma de se levantar – a lei do Senhor. “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva. Passarão pela terra duramente oprimidos e famintos; e será que, quando tiverem fome, enfurecendo-se, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu Deus, olhando para cima. Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e sombras de ansiedade, e serão lançados para densas trevas” (Isaías 8.19-22). À lei e ao testemunho!

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