Introdução à vida abundante

"O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância." (João 10.10; grifo acrescido)

Estas são as palavras impactantes de Jesus sobre o que o ladrão vem fazer, Ele diz "o ladrão não vem senão". Em outras palavras, o ladrão só vem para fazer isto - roubar, matar e destruir.

Em diametral posição está Jesus: "eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância". Eu vim para isto: trazer-lhes vida abundante!

Você já deve ter notado quanta gente há neste mundo, muitas pessoas correndo de um lado para o outro em busca de... bem, não sei como definir, coisas! Elas estão em busca de coisas. Quais coisas? Eu não tenho certeza, e acredito que elas também não têm.

Talvez, um carro novo me faça feliz. É possível que uma casa maior ou um emprego melhor me faça pleno. Quem sabe, um novo cônjuge retire este vazio que há em mim. Isso é o que eles imaginam. Então, saem correndo em busca de... sonhos!

Estes tais sonhos são o meio para o que elas acreditam que lhes fará ter um sentimento de quietude e plenitude interior.

Elas estão buscando vida, vida abundante! Mas estão fazendo isso do jeito errado. Eu vejo as pessoas fazerem isso o tempo todo, tenho vontade de perguntar a elas: - Psiu, ei você! Já encontrou o que está buscando?

E, se ainda não encontrou, por que não? O que está faltando para você ser feliz, para se sentir pleno?

Este sentimento de estar incompleto parece nunca ir embora, não é mesmo? Plenitude: a questão-chave. Por que você ainda não está pleno?

Em Samaria, havia uma mulher assim. Ela também estava procurando. Você já deve ter ouvido falar daquele jogo infantil onde ao se aproximar do objeto escondido a outra pessoa grita: "está quente!"; e ao se afastar dele: "está frio!". Bem, esta samaritana estava "muito frio" da plenitude!

Sua história está descrita aqui em João 4.5-27:

"Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar, perto das terras que Jacó dera a seu filho José. Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta. Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber. Pois seus discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)? Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva. Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la. Disse-lhe Jesus: Vai, chama teu marido e vem cá; ao que lhe respondeu a mulher: Não tenho marido. Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade. Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo."

Jesus estava cansado, sentou-se na fonte, e eram dezoito horas (hora sexta da tarde no sistema de contagem de tempo civil romano; i.e., seis da tarde somado a mais seis horas da manhã). Você sabe que aquela é uma região desértica; por que alguém iria a um poço bem ao fim do dia? Está escurecendo, há muita areia, torna-se perigoso para uma mulher desacompanhada. Há momento mais apropriado para fazer isso. Certamente, não era escolha dela ir naquele momento do dia. Ela ia àquela hora porque não queria se encontrar com as outras pessoas. Sua vida não estava em ordem. Havia coisas mal resolvidas e ela preferia evitar a censura popular.

Ela estava cheia dos paradigmas da época: judeus não se dão com os samaritanos, então por que você está falando comigo Jesus? Eu sou uma mulher, por que você está conversando comigo Jesus? Ei, Jesus, você quer água, mas não tem um balde, como vai tirar água deste poço?

Percebemos, por todos esses questionamentos da samaritana, que ela sofria de miopia — diante dela o Rei do universo, e ela pergunta: por que você está falando comigo? Como você vai tirar água do poço?

Jesus entendeu a dificuldade dela em compreender o significado de Suas palavras e, então, explicou: "Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna."

Jesus ensina que aquele era um mero poço, cheio de água parada, mas Ele poderia proporcionar a ela uma fonte de água viva eterna. A água representa, na Escritura, a presença do Espírito Santo. Ele estava prometendo a ela a presença permanente do Espírito. Jesus estava fazendo uma analogia entre o poço do qual ela tirara água e sua triste e seca vida. Ela parece não ter compreendido num primeiro momento.

Imagine: você é uma mulher de Samaria; sua vida é reprovada até mesmo pelos imorais samaritanos; precisa se esconder das outras pessoas, por isso escolhe o meio-dia para tirar água do poço no meio do deserto. Está quente ao redor, está seco por dentro. Jesus aparece e diz - não precisa ser assim, pare de buscar, você já encontrou o que precisa! E não é água de um poço!

Isso sim é uma grande promessa!

Depois de Jesus ter revelado parta da vida da mulher, ela percebe que Ele é um profeta (Ele é mais do que isso — e isso será dito adiante no texto bíblico). Ela o questiona sobre a verdadeira adoração. Então, ela revela aguardar o messias e esperar que Ele revele todas as coisas — Jesus então oferece um grande copo de água fresca: "Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo."

Beba mulher, tome com vontade! Água viva e infinita está diante de você, nunca mais terá sede!

E o que isso tem a ver comigo? Você é a mulher samaritana - sua vida também é seca - internet, carros, viagens, trabalho, festas, bebidas, prostituição e tudo o que seus olhos puderem alcançar. Mas continua seco, morto como o deserto.

E quando sente que não pode mais suportar a sede, vai a um poço qualquer tirar mais água - escolha o seu poço: mais uma festa, uma noite com uma pessoa estranha, um show, um divertimento distante de Deus.

Você — como a samaritana — pode fazer isso várias vezes, sua vida inteira! Mas pode resolver isso agora, bebendo da fonte eterna.

Deixe Cristo inundar seu ser, dar direção e propósito à sua vida. Ele satisfaz permanentemente. Nunca mais viagens ao anoitecer àquele poço distante, inseguro. Nunca mais aquele sentimento de vazio e inquietude.

Deixe tudo no poço de Jacó, aos pés do profeta nazareno. Reconheça quem Ele é — "Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo", "Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo."

Está diante de você. É sua escolha agora: ter ou não uma vida abundante.