Eu quero ser livre
- Gile
- 25 de mar. de 2018
- 3 min de leitura

Não é engraçado como, no mundo emoldurado pela mídia, todos os dias são ensolarados; todas as casas, coloridas e as famílias, perfeitas. O malvado sempre se arrepende no final. O mocinho sempre vence. Tudo é constantemente perfeito.
Perfeito?
Eis uma palavra que certamente não descreve a vida real. Não há nada de perfeito na realidade. As pessoas assistem a dramas para se emocionarem com a triste face da realidade. Pobres tolos. Abra a janela e você terá um retrato preciso da miséria. Isso mesmo, abra a janela! Não há nada de belo lá fora. Ao menos não da forma como o mundo define o termo “belo”.
A verdade, caro amigo, é que fomos enganados – o mundo nos vendeu um pacote de perfeição (embrulhado em papel machê, e finamente decorado com um singelo laço vermelho). E nós o recebemos. Aceitamos essa oferta enganosa. Quando abrimos o presente, encontramos um doce sofisma, uma mentira intencionalmente criada para ficarmos embriagados com o enganoso mundo perfeito da TV, internet, rádio e rodas sociais. Você sabe; em redes sociais, todas as pessoas são felizes; nos filmes, tudo sempre acaba bem; no rádio, os programas noturnos sempre acabam com um gentil “boa noite”, nos dando a sensação de que tudo sempre termina bem. Ah, ledo engano!
Vivemos encantados com uma lista ignóbil de prioridades. Beira o ridículo o que temos como prioridades hoje. Cremos no mais profundo de nosso interior (e com muita vontade) que a vida dos filmes e do facebook pode ser convenientemente transportada para nossa realidade diária. Não, querido, isso é impossível. Pois aqueles lugares não são reais, nem mesmo quando se esforçam para sê-lo.
Para vivermos de fato é necessário realizarmos o doloroso e exaustivo exercício de desapego desse mundo falso, com valores superficiais que nos foram outorgados. É necessário desprender-se dos sentimentos aprisionadores a que estamos sujeitos. Eles nos subjugam e sufocam.
Li, certa vez, a história de um homem que ficou preso a uma montanha. Ele a estava escalando e em determinado ponto ficou preso. Aquele era um dia de neblina e o pobre alpinista não podia enxergar um palmo à frente dos olhos. Em determinado momento, ele ouviu uma voz do céu que lhe disse: “solte a corda”. Ele hesitou em fazê-lo, uma vez que não sabia de onde vinha a voz e aquela corda era sua única segurança. Era naquilo que ele estava seguro, sua vida – até aquele ponto – estava atrelada àquela corda. Ele resolveu não dar ouvidos à voz misteriosa. Pela manhã do dia seguinte, quando o nascer do sol dissipou a densa neblina, viu-se o corpo gélido e sem vida do alpinista preso a uma corda, a menos de um metro do chão!
Amigos, por favor, soltem a corda! Deixem a ilusão que nos vendem na TV, e em tantos outros meios de comunicação em massa, de lado e decidam viver uma vida radical (e real) em Cristo. Troquem as emoções fictícias dos filmes pelos verdadeiros sentimentos da vida real. Nossas ruas não são tão belas quanto na TV, não vivemos sempre tão motivados como os sujeitos pomposos das redes sociais; mas ao menos somos reais, vivemos uma vida real.
A alegria passageira que o mundo proporciona - logo, logo - se dissipará e, como o pobre alpinista cético, os que decidirem se abraçar à ilusão distribuída às massas (ao bom e velho estilo “pão e circo”) se encontrarão presos – ao nascer do sol da justiça (Malaquias 4.2) – a uma falsa esperança.
Abracem o verdadeiro:
"também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 João 5.20; grifo acrescido),
abracem o real, prendam-se – com todas as suas forças – a Cristo!
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