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Como a sombra

  • Gile
  • 25 de mai. de 2018
  • 4 min de leitura

(Escrito em 2014)

Pelo amanhecer, a silhueta da frondosa árvore se desenha diametralmente ao sol; mas, ao longo do dia, ela vai, lentamente, dirigindo-se para mais próximo da árvore até desaparecer. As sombras são assim, a cada minuto elas mudam de lugar, até desvanecerem ao ocaso. Nunca permanecem no mesmo lugar, até sumirem. E tudo isso é muito breve. Em menos de doze horas – e tão rápido quanto foi desenhada – a forma se dissipa.

Isso lhe soa familiar?

O Espírito Santo nos ensina através de Davi, fazendo uma bela observação sobre a vida e a sombra:

“Como uma sombra fugaz passa o ser humano pela vida, e fútil é sua luta fatigante; acumula riquezas, todavia não sabe quem, de fato, delas usufruirá.” (Salmos 39.6 – King James Atualizada).

Será que isso descreve sua “luta diária”? Se for assim, convido-o a ler o que Jesus tem a dizer sobre o propósito supremo da vida terrena, vejamos o que podemos aprender:

“E lhes propôs uma parábola: ‘As terras de certo homem rico produziram com abundância. E ele começou a pensar consigo mesmo: ‘Que farei agora, pois não tenho onde armazenar toda a minha colheita?’. Então lhe veio à mente: ‘Já sei! Derrubarei os meus celeiros e construirei outros ainda maiores, e ali guardarei toda a minha safra e todos os meus bens. E assim direi à minha alma: tens grande quantidade de bens, depositados para muitos anos; agora tranqüiliza-te, come, bebe e diverte-te!’ Contudo, Deus lhe afirmou: ‘Tolo! Esta mesma noite arrebatarei a tua alma. E todos os bens que tens entesourado para quem ficarão?’. Isso também acontece com quem poupa riquezas para si mesmo, mas não é rico para com Deus.” (Lucas 12.16-21 – King James Atualizada).

O mesmo Espírito inspirou o filho de Davi – Salomão – a escrever palavras semelhantes. Ele inicia o livro de Eclesiastes assim:

“Que grande ilusão! Que grande inutilidade! Nada faz sentido!, diz o sábio. Que vantagem tem o ser humano em todo o seu trabalho, em que tanto se dedica debaixo do sol? Gerações nascem e gerações morrem, mas a terra permanece sempre do mesmo jeito. O sol se levanta no horizonte e ao fim do dia se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta para um novo dia.” (Eclesiastes 1.1-5).

E prossegue dizendo coisas semelhantes a essas, ao refletir sobre a fugacidade da existência terrena, por doze capítulos. E, então, encerra o livro assim:

“Agora que já se disse tudo, eis aqui a conclusão a que chegamos: ama reverentemente a Deus e obedece aos seus mandamentos; porquanto foi para isso que fomos criados. Porque Deus conduzirá a Juízo tudo quanto foi realizado e até mesmo o que ainda está escondido; quer seja bem, quer seja mal.” (Eclesiastes 12.13-14).

Doze capítulos para nos tentar despertar da ilusão do agora. Ele insiste ao longo de doze seções até concluir magistralmente – “ama reverentemente a Deus e obedece aos seus mandamentos; porquanto foi para isso que fomos criados”.

Entretanto, um detalhe, quase sempre, passa despercebido pelo leitor descuidado – o final do verso 13: “porquanto foi para isso que fomos criados”. “Porquanto” e “foi para” remetem a quê? Finalidade. Propósito.

Em outras palavras – “agora que já o convenci, vamos à conclusão da vida: ame a Deus e obedeça a Ele, porque este é o propósito de sua existência, foi para isso que você foi criado.”

Davi descreve aqueles que não compreendem isso:

“Diante da tua presença somos estrangeiros e forasteiros, como nossos antepassados. Os nossos dias na terra são como uma sombra.” (1 Crônicas 29.15).

Assim é nossa vida terrena, como uma sombra. Pequena ao amanhecer, grande ao meio da tarde, ínfima ao entardecer e inexistente à escuridão da noite.

É por isso que exitem lápides, para que as gerações futuras saibam quem foi ali sepultado. A memória de quem fomos se dissipa dos corações das gerações futuras. Amanhã, não seremos ninguém!

Como uma sombra.

Mas essa é a perspectiva terrena. E esta é a esperança daqueles que, conforme escreveu Paulo, “[são] os mais miseráveis de todos os seres humanos.” (1 Coríntios 15.19).

Contudo, crendo em Cristo, compreendendo o propósito a que Deus nos criou e vivendo em conformidade com este propósito, podemos ser “mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Portanto, estou seguro de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos afastar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8.37-39).

Mas o que é o amor de Deus? E quem ama, de fato, a Deus?

Jesus nos responde:

“Se alguém me ama, obedecerá à minha Palavra; e meu Pai o amará, e nós viremos até ele e faremos nele nosso lar. Quem não me ama não obedece às minhas palavras.” (João 14.23-24).

E o Espírito Santo completa, através de João:

“Se, no entanto, andarmos na luz, como Ele [Deus] está na luz, temos plena comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se declaramos que não temos pecado algum enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele [Deus] é fiel e justo para nos perdoar todos os pecados e nos purificar de qualquer injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, nós O fazemos mentiroso, e Sua Palavra não está em nós.” (1 João 1.7-10).

Deixemos as sombras e passemos à claridade de Cristo!

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