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A Igreja

  • Gile
  • 8 de jul. de 2018
  • 5 min de leitura

(Escrito em 28/06/2015)

Alguns a confundem com a comunidade local de crentes; outros, com instituições humanas; e, ainda outros, ignoram sua existência. Alguns ousaram desafiá-la, e foram derrotados. Outros desejam destruí-la, contudo jamais puderam levar seu desejo a cabo. Mas afinal, o que é a Igreja?

Em primeiro lugar, devemos compreender que a Igreja não é uma organização civil, mas um corpo. Um corpo espiritual. Seus membros são todos os crentes de todas as épocas. Seu cabeça é Cristo Jesus. Cada crente é tanto a Igreja quanto parte dela. Somos individualmente, no lugar onde estamos, a Igreja; quanto somos, coletivamente, parte dela, unidos com nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns dados são fatos no que diz respeito à Igreja: (1) ela nunca deixou de existir, desde que foi fundada por Jesus; (2) ela sempre foi minoria no mundo; (3) ela sempre foi perseguida; (4) sempre foi ridicularizada pelo mundo.

Mas um fato sobre ela nunca deve ser esquecido: a Igreja sempre triunfa! E não por causa dela mesma, mas por causa daquEle que a sustenta - Jesus.

Isso nos faz retornar ao fato de que a verdadeira Igreja foi fundada por Jesus Cristo e que, portanto, Ele é a garantia (como tem feito!) de sua existência. Ela não existe por desejo humano, e não é o homem que a sustenta. Ela existe e sempre existirá. Ela é formada por pessoas cheias do Espírito Santo e não por paredes ou registros civis. É uma entidade espiritual, e ninguém pode vê-la até que possa enxergar além do natural.

Contudo, a Igreja pode ser segmentada em: (1) cada crente individualmente; (2) comunidade local (igreja local); (3) Igreja universal (todos os crentes de todas as épocas unidos a Cristo).

Assim, uma igreja (com “i” minúsculo) pode se esfriar, enquanto a Igreja (com “i” maiúsculo) permanece santa, pura e fervorosa. Como também um crente, enquanto Igreja (i.e., habitação do Espírito Santo), pode desvanecer em sua fé e até apostatar da fé. Mas a Igreja permanece fiel a Deus.

Veja que estamos tratando da Igreja (universalmente), da Igreja (individualmente, cada indivíduo) e da igreja (comunidade local de crentes). E devemos ter sempre essa distinção em mente.

O compromisso de Cristo em levar Sua Igreja para si no arrebatamento se refere à Igreja universal (à totalidade de crentes de todas as épocas) e não a uma comunidade local.

Entender isso nos leva ao próximo passo: alguém pode permanecer na igreja mesmo quando já deixou a Igreja. E isso é muito sério. O que tem permitido que tal ocorra de forma ampla e repetida nos nossos dias é o fato de os próprios crentes não compreenderem corretamente o que é a Igreja ou quem é a Igreja. Daí a importância de conhecer corretamente o tema.

Ao iniciar sua primeira epístola, João assim escreve:

“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” (1 João 1.1-3; grifo acrescido).

Preste atenção a este trecho do versículo 3: “para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”. O que João está querendo dizer com isso?

Ele está afirmando: “o que tenho pregado a vocês é para que vocês estejam em comunhão comigo”. Depois, ele diz algo aparentemente estranho para o leitor desatento da Escritura: “Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo”.

Ele está trazendo à luz um conceito central a respeito da Igreja - todos os que estão unidos a Cristo, estão também unidos entre si. Cristo é o elo entre cada membro da Igreja.

O que nos une, não é o fato de frequentarmos a mesma congregação, morarmos na mesma cidade ou país, falarmos a mesma língua, pertencermos à mesma denominação. O que nos une é estarmos na mesma condição espiritual - salvos em Cristo, unidos a Ele por Seu sangue purificador.

Isso nos permite compreender melhor o que Paulo nos ensina em 1 Coríntios 5.9-11:

“Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais”.

Mesmo que alguém pertença à mesma denominação religiosa, se não estiver em Cristo, não pode ser meu irmão. O fato de alguém se intitular evangélico ou cristão, não lhe dá livre acesso à comunhão comigo, a menos que este alguém esteja vivendo - de fato - em Cristo.

Esse é um princípio fundamental para a Igreja. Somos irmãos de crentes que nunca conhecemos, de pessoas em outros países, falantes dos mais variados idiomas - mas somos um em Cristo. Em Cristo - Ele, Jesus, é a pedra fundamental da Igreja, o elo que une cada crente entre si e entre cada crente e Deus. Não são os concelhos clericais, as denominações, as confissões religiosas, o idioma ou a nacionalidade, o ser ocidental ou oriental; nada disso nos une de fato. O que nos une é Cristo!

Se alguém está em Cristo, é membro da Igreja. Se alguém não está, não é membro dela! Veja, esse princípio vale em ambas as vias - para incluir ou excluir alguém do corpo de Cristo.

Logo, saber se alguém está em Cristo é o fato que nos permite distinguir se alguém é membro da Igreja de Jesus. E como fazê-lo?

O Espírito Santo nos ensina através de 1 João 2.5b-6:

“Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou”.

Andar assim como Ele andou. O que essa expressão significa? Andar é muito mais do que simplesmente caminhar fisicamente do mesmo modo. Andar, aqui, é proceder, pensar, agir, sentir, desejar do mesmo modo que Ele o fez. É ser igual a Jesus! É vê-lO através de você.

Você sabe que está andando assim como Ele andou quando as pessoas olham para você e não te vêem mais, mas vêem a Cristo. Quando isso acontecer, esteja certo, você está andando assim como Ele andou, você está nas pisadas do Mestre, você é membro da Igreja.

Isso é ser Igreja!

Vemos, hoje, tentativas de depreciar a Igreja, de transformá-la em um organismo meramente social, que traz auxílio social aos degredados deste mundo. Como se a Igreja existisse baseada em pessoas, em meras relações sociais. Como se ela apenas cumprisse uma função social. Alguns até a chamam - equivocadamente - de hospital. Ela não é um hospital, por um simples motivo: ela mesma não pode curar. Mas ela pode mostrar às pessoas deste mundo quem pode curá-las - Cristo Jesus.

Tentar fazer da Igreja a cura em si é o maior equívoco que estamos cometendo nestes dias. Pois o problema do homem não é ter-se afastado do ser humano, mas de Deus! Assim, uma “igreja amigável” não pode resolver o problema do ser humano!

Deste modo, slogans como “proibido para perfeitos” e “a igreja não é um museu de pessoas boas, mas um hospital de corações quebrados” são totalmente enganosos e equivocados.

Portanto, meu caro, falar da Igreja não é falar sobre pessoas, mas sobre Cristo. A Igreja são pessoas buscando a Deus, desejando-O mais do que tudo, perseguindo ser iguais ao Seu Senhor - Jesus Cristo. Ela almeja ser um espelho de Jesus, e não de si mesma.

Logo, a Igreja vive em função dEle. E para Ele - e somente Ele - ela aponta!

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