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Uma vida só de domingos

  • Gile
  • 16 de nov. de 2018
  • 3 min de leitura

Uma manhã ensolarada, despertando lenta e suavemente da cama, levantando-se lá pelas 10 horas, sem preocupações com o dia, todos estão em casa, não há perturbações à vista, há vista tranquila longe das perturbações, almoço farto e agradável, todos presentes, sem dores, sem mortes, sem contratempos, sem problemas, apenas o sol brilhando destemido rodeado por um azul cintilante e profundo.

Um dia de domingo.

Uma vida só de domingos: no fundo, é o que todos queremos. Ou não é? Seja sincero. Não é isto que você gostaria? Acordar e deitar em seu leito sem preocupações, sem estresse, e usufruir o melhor que a vida possa oferecer - “sua melhor vida agora”! (título best-seller do televangelista da prosperidade Joel Osteen).

É uma idéia bastante atrativa, concorda? Quem não quer o melhor agora? Todos queremos! O problema com essa idéia-promessa é que ela é falsa. Não há como vivermos o melhor nesta vida, neste mundo. Aquilo de que é feito sempre pende para que todos nós jamais tenhamos nosso melhor aqui. Jesus foi bastante claro ao ensinar sobre isso: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (João 16.33)

A paz do discípulo de Cristo está Nele (“para que tenhas paz em mim”) e não no mundo ou naquilo que este pode oferecer. A vida abundante de que Jesus fala não são as riquezas e a saúde, como criam os fariseus e saduceus da época. Mas consiste em termos paz em Cristo, independente das circunstâncias, porque a paz que vem Dele é interior e desvinculada do mundo. Veja: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14.27).

O Espírito, falando através de João, complementa:

"Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente" (1 João 2.15-17).

Riqueza e saúde não são uma evidência do favor de Deus, diferente do que imaginavam os judeus do século I. Da mesma forma, pobreza ou doença não são um sinal do desagrado de Deus. Jesus corrigiu essa falácia: “Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9.1-3).

Em vez de concordar com os judeus sobre a causa da miséria daquele homem, Jesus os surpreende com uma razão impensável para eles do porquê da cegueira, naquele caso - para que Deus possa demonstrar Sua glória!

Longe de ser uma maldição, a cegueira, naquele caso, era uma oportunidade de Deus manifestar seu poder e demonstrar que Jesus é o Cristo, Aquele que abre nossos olhos para A Verdade de Deus!

É o que chamaríamos de bênção disfarçada! Parece uma maldição, mas não é. Ao fim, redunda em maior graça para nós e glória para Deus.

E sobre “Sua melhor vida agora” (título original, Your best life now), John Fullerton MacArthur Jr. diz que é tempo perdido: “o único jeito disso ser sua melhor vida é se você estiver indo para o inferno”.

Paulo olha para a eternidade, suspira, e então escreve:

"Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas" (Filipenses 3.18-20).

Será que a descrição feita sobre os “inimigos da cruz de Cristo” cujo “deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia” e "que só se preocupam com as coisas terrenas" não corresponde aos atuais pregadores da prosperidade?

Não, senhor Osteen e demais pregadores da prosperidade, nosso melhor não é aqui. Ele ainda está por vir!

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