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Um guia fiel

  • Gile
  • 17 de mar. de 2019
  • 4 min de leitura

(escrito em 02/02/2014)

No início deste novo século, nosso pequeno planeta já conta sete bilhões de pessoas. Um número impressionante, sobretudo porque jamais antes na história da humanidade esse número havia sido alcançado. Mas agora o alcançamos.

Contudo, há um fato triste a respeito desta multidão - a maior parte dela vive de modo diferente do que seu Criador planejou. Vivendo de modo racional ou emocional faz da mente humana finita ou das enganosas emoções humanas suas conselheiras e juízas da verdade. Um caminho, certamente, escorregadio que conduz a um fim desagradável.

Há, no entanto, três formas de se conduzir nesta vida: pela emoção, razão ou de forma espiritual.

A primeira forma é guiar-se pela intuição cordial, deixar que o coração nos diga quais decisões tomar. Isso é perigoso e a Escritura nos alerta acerca dos efeitos danosos de deixar-se orientar por um guia corrupto:

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações” (Jeremias 17.9-10).

Veja que a Bíblia não descreve o coração como algo fracamente perigoso mas como “enganoso (...) mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto”. Na sequência, questiona - “quem o conhecerá?” - isto é, quem é mais sábio do que ele a ponto de não ser enganado?

O Espírito Santo revela a Jeremias a resposta a este enigma:

“Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto de suas ações”.

Em paráfrase: você pode se enganar com este perigoso conselheiro que habita em seu interior, mas Eu não; eu sou o SENHOR e conheço e julgo não conforme a orientação enganosa de um coração humano corrupto e caído, mas segundo a santa e reta justiça que tenho!

Deus não é afetado pelo pecado como nós, Ele é santo! E, além disso, é imutável; o que significa que seus atributos jamais mudam. Doutra forma, Ele sempre será santo como O é agora!

A forma de vida guiada pelo coração se caracteriza principalmente (mas não exclusivamente!) pelas decisões súbitas, a imprevisibilidade de conduta torna-se, portanto, algo constante. Não há reflexão sobre o caminho a se tomar, não há oração ou leitura bíblia suficiente para conduzir as pessoas. As que assim se conduzem são geralmente suscetíveis ao engodo comum jazente no mundo. São presas fáceis de seus próprios sentimentos; e não há pior prisão do que aquela a que o próprio coração nos submete.

A decisão de momento caracteriza a forma de vida emocional.

Outra forma de se conduzir neste mundo é a racional - aquela que submete suas decisões ao processamento de suas ideias. Desta forma, somente toma decisões baseado no material ou naquilo que pode ser processado por sua mente limitada. Tudo o que se encontra além de seu escopo mental, não pode ser decidido por ele; privando-se, desta forma, de decisões maiores e melhores que só podem ser tomadas de uma perspectiva espiritual.

A maior parte das pessoas que toma decisões desta forma não o faz assim o tempo todo, mas tende a fazê-lo alternando o método emocional e o racional.

É - acima de tudo - carnal; pois, seja a razão humana ou seus próprios sentimentos, está sempre baseando suas escolhas no plano carnal. É, pois, uma forma de humanismo e uma perigosa jornada de más decisões sucessivas que conduzem - por conseguinte - à destruição.

O racional tende a excluir algo superior de suas escolhas, como se sua mente fosse o objeto mais elevado do universo. A Escritura nos mostra que essa ideia está absolutamente equivocada, pois Deus é o mais elevado de tudo o que há. Ele é que possui o incomunicável atributo da onisciência. A mente humana, em contrapartida, é finita e frequentemente falha:

“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do SENHOR” (Provérbios 16.1);

“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do SENHOR permanecerá” (Provérbios 19.21).

A Bíblia, assim, sepulta toda a ideia, reinante no imaginário humano, de que a mente humana seja capaz de guia-lo à verdade ou à decisão correta.

Ademais, a mente humana tende a ser influenciada por seus próprios sentimentos e vice-versa, conduzindo a uma intrincada relação de sentimento e pensamento que mutuamente se enganam e conduzem a equivocadas decisões.

A terceira forma de tomada de decisões é a espiritual. Aquela que submete suas decisões à vontade de Deus, confessando ser Esta melhor.

O que assim o faz entende que Deus é superior, que Ele como Onisciente, Onipresente e Onipotente não falha nem conduz seus filhos ao erro. Ela, portanto, também se baseia na bondade e amor divinos e na característica confiável de Deus, isto é, Sua imutabilidade.

Desta forma, Deus é bom e não muda - logo, podemos confiar em Sua direção!

“Os meus olhos se elevam continuamente ao SENHOR, pois ele me tirará os pés do laço” (Salmos 25.15);

“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Salmos 119.105).

Há duas características nesses versos: o salmista reconhece sua falibilidade ao mesmo tempo em que confia em Deus e Sua infinita sabedoria e amor para guiá-lo a um melhor lugar.

Ao contrário do que o racional faz - crer que ele mesmo é o ser supremo do universo -, o espiritual confessa sua limitada capacidade de julgamento e confia em Deus para guia-lo à decisão correta.

Esta forma de julgamento caracteriza todos os santos de todas as épocas e está registrada na Escritura de Gênesis ao Apocalipse.

Fizeram assim Abraão, que deixou sua terra natal para um lugar que nem ele ainda sabia qual seria; Moisés, que preferiu sofrer com o povo de Deus no Egito e entregou-se à direção divina no deserto até chegar a Canaã; Paulo em todas as suas viagens missionárias; Pedro em suas visões e ministério; João, até seu martírio na ilha de Patmos; Noé, que obedientemente construiu uma arca no deserto! E tantos outros que de tantos não se poderiam nomear neste singelo texto.

De forma clara, podemos observar que assim se conduziram todos os que estiveram aos pés do Senhor. Assim o ensina a Escritura Sagrada e assim alcançamos superior prêmio - que é Cristo, nosso grande galardão!

E que você, caríssimo leitor, assim o faça a fim de chegar - decisão após decisão - a um lugar melhor: a eterna presença de Deus para sempre!

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