Sangue, Suor e Fumaça
- Gile
- 1 de ago. de 2019
- 5 min de leitura
Atualizado: 10 de mar. de 2022
(escrito em 24/06/2019)

A secretária executiva para Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) – Christiana Figueres – afirmou, em sua participação no Climate One de 17 de abril de 2013[1], que o planeta poderá ter 9 bilhões de pessoas até 2050, se nada for feito a respeito. Em 2019, já estamos além de 7 bilhões. Isso, obviamente, gera uma sobrecarga populacional com conseqüências devastadoras. São bilhões de pessoas consumindo recursos, gerando lixo, poluindo e ocupando um espaço do qual a humanidade não dispõe.
Um grave problema que exige uma solução enérgica, segundo a própria secretária da ONU. As medidas que a ONU apresenta e implementa são, no entanto, heterodoxas (numa linguagem eufemística). Apoiar o hossexualismo e o abortamento são algumas dessas medidas.
São atos pragmáticos, desprovidos de qualquer freio moral ou espiritual. Atitudes baseadas no simples desejo de se obter sucesso no propósito determinado, em outras palavras, maquiavelismo intenso e sem vergonha.
Ações fundadas também num sentimento babilônico de autodeterminação independente (Gênesis 11.1-9). Não precisamos de nenhuma lei externa, não a admitimos, como também nenhuma autoridade além de nós mesmos (sejam divindades ou outros seres humanos) – pensam eles, os senhores da humanidade, aqueles que ocupam cargos elevados em organismos internacionais. Têm a idéia de que são suas próprias divindades e que devem eles mesmos, como “seres iluminados” que estão além da ignorância do idiota útil comum, dirigir os passoas da humanidade conforme seus próprios desejos.
A mesma organização, perversamente motivada, cria leis e princípios que considera sagrados. É irônico – os preceitos e juízos divinos não são considerados sagrados aos olhos da ONU, pois não há divindade além deles mesmos, mas seus princípios e leis humanos e temporais são eternos e divinos (ao menos, eles pensam que o são)!
Nesse misto de arrogância, megalomania e loucura; a humanidade segue sua trajetória desenfreada rumo ao desfiladeiro da morte. Um rumo imparável para seres que não aceitam, sob hipótese alguma, qualquer forma de repreensão. Assim, a Babel de nossos dias ganha nova forma e se reconstrói desde os entulhos da antiga (Gênesis 11.4), passando pelos escombros das grandes guerras mundais do século XX. Nasce com o “humilde” projeto de promover “paz mundial”. Uma organização que pensa, per se, ser capaz de promover a paz mundial! Tão humilde que nem precisa de Deus, tão capaz que nem O ouve!
Lampejos do espírito de Babel se podem ver por toda parte. O edifício Louise Weiss, sede do Parlamento Europeu da União Europeia (UE) em Estrasburgo – França – representa a Torre de Babel, e não apenas a torre mas também o espírito que a motivou: rebelião a Deus e autossuficiência em relação ao Criador. O cartaz original de promoção da construção do edifício – finalizado em 14 de dezembro de 1999 – não poderia ser mais claro: ocupado em sua maior parte pela pintura “A Torre de Babel” de Pieter Brueghel (pintura de 1563), é ladeado pelo revelador slogan, “Europe: many tongues, one voice” (Europa: muitas línguas, uma voz). Em claro apoio ao espírito rebelde de união contra Deus manifestado em Babel, o mesmo lugar onde “confundiu o SENHOR a linguagem de toda a terra e dali o SENHOR os dispersou por toda a superfície dela” (Gênesis 11.9).
Observa-se claramente a motivação por trás da UE, ela mesma o revela: reunir os que foram espalhados por Deus, para novamente construírem juntos seu próprio nome além do nome do próprio Deus! Um tanto humilde, não?!
Um plano arrogante, originalmente soprado nos ouvidos de Eva no Éden: “Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gênesis 3.4,5 – ARC; grifo acrescido).
Um sopro podre feito pela serpente, descrita pela Palavra como “mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito” (Gênesis 3.1 - ARA). E sob a forma de uma “desinteressada” pergunta: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gênesis 3.1 – ARC). Questionando, capciosamente, o diabo – cuja própria queda não lhe era suficiente, mas propositava arrastar para longe de Deus tudo e todos que pudesse, um invejoso nato – iniciou seu plano de arrebanhamento da humanidade a fim de pôr a criação em oposição ao Criador.
Mas aquilo que parecia propiciar liberdade, viver fora da vontade divina expressa em Sua lei, provou ser justamente o contrário: “Em verdade, em verdade vos digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” (João 8.34). Não é por menos que Cristo chama o diabo de “homicida desde o princípio” e “pai da mentira”: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44).
As conseqüências de dar crédito ao pai da mentira foram nefastas - “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.23; grifo acrescido). Deus ofereceu ao homem vida eterna, mas este preferiu o pecado e seu pagamento – a morte. Não foi a escolha mais inteligente!
Babel não existe mais, como um sinal de que toda arrogância terá um fim indubitável. É um alerta aos presunçosos de que Deus não tolera concorrência. Só há um Deus, e nenhum homem ou anjo pode lhe fazer par. Não há espaço para outro ser perfeito e divino. Ele não permitirá que o barro diga ao oleiro: quero ser oleiro e criar meus próprios vasos! E por mais tola que tal ambição soe, são justamente esses os propósitos humanos.
Eles, contudo, ignoram o conselho da sabedoria: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios 16.18 – ARA).
Tal intento não cessará até que o próprio Deus dê fim aos planos malignos da humanidade subserviente à Satanás:
“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. Não vos recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” (2 Tessalonicenses 2.3-12; grifo acrescido)
Apesar de todo alerta, a marcha arrogantemente insana não cessa, e não levará a outro fim senão a: sangue, suor e fumaça – à autodestruição da humanidade!
[1]. FIGUERES, Christiana. Climate One, 2013. Disponível em: <https://www.climateone.org/audio/global-meltdown-christiana-figueres>. Acesso em: 14 jun. 2019.
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