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Uma vida além desta vida

  • Gile
  • 27 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de nov. de 2022


Nem em meus sonhos pensei que, algum dia, dobraria meus joelhos para agradecer a Deus pelos planos frustrados. Sim, jamais imaginei que diria - Deus, obrigado por tudo o que não deu certo, obrigado por frustrar meus sonhos. Por quê? Pois só agora posso entender que foi justamente o fato de não terem sido alcançados que me fez olhar para o céu, numa linda noite estrelada, e rogar a Deus:

- okay, já chega, Deus. Eu desisto da vida. Não espero mais nada dela. Meu tempo passou, minha esperança de dias melhores – aqui – morreu. Eu só tenho uma esperança, uma vida contigo aí.

E se eu não tivesse sido frustrado, e se muito do que desejei não tivesse estado mais longe do que posso alcançar; jamais teria compreendido o que Ele disse: "aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória" (Colossenses 1.27; grifo acrescido).

Cristo em vós, esperança da glória, Ele sussurra em meus ouvidos, desde os céus, e também em meu coração, onde Seu Espírito vive. E eu só posso ouvir Sua promessa, e ver além, porque tudo deu errado.

E esta mesma esperança é uma janela para um lindo dia que vai surgir, uma promessa verdadeira para milhões de pessoas em leitos de hospital, em prisões, em vidas destruídas pelo abuso, nos lugares mais esquecidos e nas situações mais difíceis. E eles só podem ver através dessa janela, porque todas as distrações foram – magnificamente – removidas por Deus, através da frustração. Quem diria, a decepção tornou-se serva de Deus!

Como Maria, no jardim próximo a Jerusalém, naquela manhã de domingo, ouviu a voz do "jardineiro" que lhe disse: "por que choras?" (João 20.15); ouvimos o consolo que vem do alto. A manhã nasceu trazendo mais do que um novo dia, o Cristo ressuscitado trouxe a esperança de vida eterna para todos os seus. E logo as lágrimas deram lugar a alegria desta poderosa expectativa: assim como Ele vive, viveremos também, e em Sua eterna presença (João 20.17; 14.1-4; Romanos 8.11; II Coríntios 4.14,15).

E todos nós, decepcionados com o rumo que a vida tomou, como Maria, choramos em desespero, e – num último suspiro de ânimo – clamamos àquele que cremos ser o jardineiro:

dize-me onde o puseste? Para onde levaste minha única esperança, que agora jaz morta? Eu só quero saber onde está.

Rogamos ao jardineiro sem saber que Ele é a esperança que buscamos. Não está tudo perdido. O mal não venceu, ele apenas predominou por um tempo. Mas antes que a segunda-feira chegue, a Vida se levantará dentre os mortos, trazendo consigo a esperança de dias melhores. Ele está vivo! Acredite!

Assim, eu dobro os meus joelhos mais uma vez. Porém, desta vez, não para resmungar do tempo perdido, dos planos frustrados, mas para agradecer por todos eles. E, acima de tudo, por me mostrar como eles podem ser usados por Deus para me apresentar a algo muito melhor.

Podemos – finalmente livres de tolas expectativas terrenas – desejar ardentemente algo superior: a vida eterna, uma vida além desta vida!

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