Dia de Sol
- Gile
- 10 de out. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 22 de dez. de 2020

Não sei quanto a você, mas eu adoro dias de sol. O céu azul, as cores vivas da natureza, as pessoas na rua, crianças brincando, a vida acontecendo aqui fora.
Um típico dia de sol!
Há um gritante contraste entre os dias cinzentos de chuva e os que nascem sob o azul limpo do céu ensolarado. Um dia chuvoso é introspectivo, um tanto triste e vazio. Um dia de sol é extrospectivo, alegre e convidativo às atividades ao ar livre - livre, o termo que melhor descreve um dia de sol!
Talvez, o apóstolo dos gentios tivesse isso em mente quando nos comparou às estrelas brilhantes do céu:
“Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Filipenses 2.14-16; grifo acrescido).
Devemos ser como as brilhantes, alegres e constantes estrelas que iluminam a noite escura. E como o sol, nossa mais próxima estrela, devemos trazer luz à noite escura e levar todos para fora, em um feliz dia de sol.
Uma árdua missão. Uma tarefa simplesmente necessária.
Contudo, na Escritura, a luz faz mais do que alegrar:
“Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (João 3.20).
A Nova Tradução na Linguagem de Hoje é ainda mais direta:
“Pois todos os que fazem o mal odeiam a luz e fogem dela, para que ninguém veja as coisas más que eles fazem”.
A luz revela a verdade por trás daquilo que fazemos, e ainda mais, ela revela o que realmente fazemos e quem realmente somos. O pior de nós, oculto na escuridão sombria da noite, é revelado pela fulgurante luz do dia. Por isso os homens não apenas fogem da luz como também a odeiam!
Mas, afinal, o que ou quem é a luz? A resposta é encontrada 3 versículos acima:
“Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (João 3.17-19; grifo acrescido).
Você consegue enxergar o paralelo entre Deus enviou o seu Filho ao mundo e a luz veio ao mundo? O texto claramente se refere a Jesus.
Não ficou convencido? Talvez um texto mais direto o convença:
“De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12; grifo acrescido).
Agora, creio não haver dúvidas quanto ao fato de ser Jesus a luz. E, enquanto Ele afirma ser a luz, nós ficamos felizes. O problema é quando Ele afirma algo ainda mais profundo:
“Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (João 9.5).
Enquanto? O que Ele quer dizer com esta expressão que indica temporalidade? Ele pretende partir?
Sim! Ele, aliás, já partiu. Mas deixou alguém e algo em seu lugar.
Um algo, uma tarefa a ser completada (Mateus 5.13-16; Marcos 16.15-20); e Um alguém, uma pessoa igualmente divina para nos ajudar nessa tarefa (João 16.4-15).
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.14-16).
Não gosto quando Jesus diz coisas assim!
E, se você entendesse a responsabilidade e a dificuldade envolvidas em tal trabalho, também não gostaria!
Vós sois, Ele diz. Não estais, mas sois! A abissal distância entre os verbos ser e estar nos empurra na direção da responsabilidade desta missão.
O verbo ser vem do latim sedeo que significa “estar sentado”. Algo que permanece, uma característica constante ou permanente.
Já o verbo estar vem do latim sto ou stare, que transmite a ideia de “estar de pé”. Algo que se encontra num dado momento, variável no tempo e no espaço, não estático, um estado ou instância.
Percebeu a diferença?
É exatamente como o sol e a terra. O sol não está na função de luminar terrestre, ele é o luminar terrestre. Caso ele se apague, ficaremos na escuridão, não podemos acender outra luz, porque não há outra luz, a única luz é o sol. O sol é a luz da terra.
Jesus disse o mesmo a respeito de nossa função - vós sois a luz do mundo. Uma luz condicional: “De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12). A condição para ser luz é seguir a Jesus (quem me segue, disse Ele).
Você o segue não apenas por si mesmo, mas para o bem de todos ao seu redor, todos quantos estiverem em seu “raio de iluminação”! Você é a lâmpada do recinto, por gentileza, não se apague! Não apague a vida de Deus que há em você, e que se chama Espírito Santo! Todos nós que vivemos ao seu redor necessitamos da luz e do calor dela.
Possivelmente, pensando nisso foi que o apóstolo escreveu “Não apagueis o Espírito” (1Tessalonicenses 5.19).
Jesus foi ao céu, mas Sua luz permanece em nossas vidas. Ele nos transmitiu a missão de iluminar o mundo com a luz da verdade, que condena o pecado e traz arrependimento para salvação de todos os homens.
Ouça a voz de Deus através das páginas sagradas, não apague a luz apenas a deixe brilhar enquanto aproveita este dia de sol, e todos nós seremos por Ele iluminados!
(14/08/2013)
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