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Evangelho à la carte

  • Gile
  • 9 de set. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de out. de 2023



Um prato cheio para quem gosta de ter seus sentidos estimulados: cores, fumaça, música… palco! A carne agradece; mas a verdadeira mensagem, que fortalece o espírito e mortifica a carne, não pode ser encontrada nos palcos.

A mensagem tácita dos palcos é: “vá e satisfaça a sua carne. Faça o que tem vontade. Alimente seus desejos – os dos olhos, dos ouvidos, do tato, da ganância. Pratique a autoindulgência abundantemente. Seu coração seja seu guia; sua carne, seu mestre. Viva a concupiscência da carne intensamente”.

Lembro-me do aviso de Apocalipse 22.11:

Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.

Não poderia haver mensagem mais diametral ao Evangelho de Cristo do que a propalada pelas instituições religiosas do século XXI. O “protestantismo show” é o arquirrival da Igreja de Cristo, é a meretriz que exige a posição da esposa.

O pseudocristianismo institucional poderia ser comparado a um restaurante com show ao vivo. E o cardápio apresenta a Bíblia à la carte: partes das quais goste, siga; partes das quais não goste, ignore!

O “Evangelhoà la carte”!

Mas o verdadeiro Evangelho de Cristo não é à la carte. Assemelha-se mais – mal comparando – a um rodízio, onde você paga um preço único e leva tudo ou não paga e não leva nada. A Escritura não permite seleções de gosto. Ou você a segue integralmente ou não segue. Não há terceira alternativa.

O Evangelho mutilado do pseudocristianismo atual é uma trama ardilosa de satanás, que visa iludir os que desejam ser iludidos. Oferece o que as pessoas já desejam ao mesmo tempo em que não exige nada em troca. Elas ainda estão sem Cristo, embora pensem tê-lo em suas vidas.

No entanto, fica claro que Ele não está lá, porque os frutos advindos dessa falsa doutrina são distintos daqueles produzidos pelo verdadeiro Evangelho. O primeiro; é podre, eucentrista, hipócrita e falsamente moral. O segundo; é puro, doce, pacífico e tem o inconfundível perfume de Cristo. Ninguém honesto confundiria os dois, a menos que conscientemente o queira.

João alerta-nos sobre os perigos de amar as coisas deste mundo, de dar vazão aos desejos corruptos do coração caído, em sua segunda epístola:

Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente. (1 João 2.15-17)

Eles não foram iludidos, apenas procuraram por um “evangelho” ao seu próprio gosto até que, finalmente, encontraram-no. O engano é lançado a fim de que os que amam a mentira possam ser por ela cativados:

Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça. (2 Ts 2.9-12; grifo acrescido)

O que acontece nesses lugares é só um analgésico para as consciências pesados de seus frequentadores, iludem-se por duas horas até retornarem para suas vidas vazias, sem o Deus verdadeiro. Sem esse analgésico, suas vidas seriam insuportáveis porque o peso da culpa os esmagaria. Esse tipo de conduta assemelha-se ao médico que prescreve um analgésico potente para um paciente com apendicite. Em vez de operá-lo e remover o apêndice contaminado, resolve apenas esconder o “problema” da dor sob o manto da analgesia.

Lembre-se de que a dor não é o problema, mas o alarme de que algo está errado em seu corpo. A culpa faz o mesmo, só que em relação à sua alma. A analgesia promovida por esse engodo doutrinário pode fazer efeito por um tempo; contudo, cedo ou tarde, a onda final que promoveu culpa, voltará ainda pior, pois nada foi feito sobre ela. O apêndice romperá e, neste momento, a analgesia será ineficaz pois a disseminação de germes pela corrente sanguínea conduzirá a um choque séptico e à morte.

O mesmo ocorrerá com sua alma, o erro a corroerá até conduzi-la à destruição eterna, quando já não haverá remédio para a dor. Porque ignorou a culpa, a iniquidade vencerá ao fim. Só então perceberão que a analgesia não resolveu o problema, apenas o ocultou. E que a culpa não é um problema, mas aponta para o real problema.

Da próxima vez que vir-se num “restaurante religioso” e perceber que estão servindo o “Evangelho à la carte”, prontamente, diga não!

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