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A última canção

  • Gile
  • 12 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Atualizado: 10 de mar. de 2022

(Mateus 7.13,14; 11.28-30; Marcos 16.2-7; Lucas 15.1; 23.26-28, 42-49; João 10.7,9,11,14-18; 12.26,44-48; 19.30; 1 Coríntios 8.3; Apocalipse 3.20-22)

Quando as luzes se apagarem, Uma voz, na escuridão, será ouvida. Será como um chamado emocionado. O canto de um pai por seu filho distanciado.

Quando a tempestade invadir seu mundo, E a nuvem de poeira cobrir seus olhos; Quando seus guias estiverem cegos, E sem razão vagar na solidão da multidão: A canção silenciosa ecoará em seu coração.

Não espere pelo silêncio da noite Para ouvir Seu doce canto. Nem deixe que ela tome de assalto O coração desesperado. Não permita que os sons da multidão Sufoquem o cantar de Quem o chama.


Erga sua cabeça,

Além da noite sombria, Para ouvir quem Lhe assobia. Este som logo brilha, Muito além das tristes trevas. Você o reconhecerá Pois seu coração aquecerá.


Não há como confundir Seu belo soar: Quente como o sol, Iluminado como o dia. Ele brilha em meio ao caos, Seja noite ou seja dia.

E já faz um bom tempo que ressoa. Foi naquele tarde estranha,

Triste e esquecida, Que o Jovem Carpinteiro

Cantou Sua partida. As três e meia de uma sexta-feira, Soube que Sua última canção, Foi a mais bela de todas, Que até a noite tomou o dia. E os que estavam mortos Voltaram para aplaudir A linda canção Que embalou o fim da lida.

Está consumado, Ele disse. Reclinou a cabeça

E já não era dia. O luto tomou nosso mundo, A terra tremeu Lamentando a morte

Do castigado Moribundo. Até o véu se rasgou, E a porta se abriu

Para outro mundo.

Seu sangue regou a entrada, Pintou de vermelho

O limiar das escadas. A linda porta dourada De escarlate foi pintada. Bateram em seus peitos As filhas de Jerusalém. Sem que com elas

Lamentasse mais ninguém. Seu choro não será esquecido. Nem a memória do Falecido.

Porque na manhã de domingo, Levantaram-se cedo. E antes do sol nascer, Morreu o desespero. Mal saíram do enterro, E o corpo frio levantou-se Com estrepitoso poder imenso.

Ninguém podia entender, Porque só uma vez

Pode-se nascer. E, vindo a morrer, Ninguém volta a viver. Mas o morto de sexta-feira Desafiou a própria morte, Deixando-a com cara de cera.

Venceu a própria morte, E você quer saber porquê. Não é difícil responder. Foi para cantar esta canção, E aquecer seu gélido coração.

Acorde, meu amigo,

Antes que seja tarde. Pois o dia que a escuridão toma, Vem sempre sem alarde. Desperte ainda hoje,

Pois só haverá domingo Para os que cantarem

A canção de despedida Da sexta-feira à tarde, Se não estiverem dormindo

No dia da eterna partida.



11 de Novembro de 2019

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