A beleza da incerteza
- Gile
- 27 de fev. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 12 de fev. de 2022

Há beleza na incerteza.
O imprevisível é bonito
Mesmo vindo do infinito,
Do além desconhecido.
E assim viaja a vida,
Diferente da prevista
Ida planejada
No aquém do coração.
Cuidado, meu amigo,
Pois o Receio e o Medo
Andam de mãos dadas,
Tentando tornar sua vida chata.
Enchatizando-a com a certeza
De planos realizados,
Lançando fora o aprazível acaso.
O novo e desconhecido
Também é empolgante,
E tem ar de importante,
Mesmo quando não o é.
O incerto futuro
Não respeita planos.
Mas, tudo bem,
Porque, neste ano,
Quero viver o acaso
De planos frustrados,
Lançados ao vento do desconhecido.
E fugir do chato planejado
Futuro previsível.
Não saber para aonde se vai
Tem seu charme e tudo o mais.
A surpresa é excitante
E desperta a emoção
Na viagem do coração
Ao futuro revelado
No incerto do acaso.
Que, andando por aí,
Encontrou-o a distrair-se
Da certeza em que andava,
Suspirando devaneios
De uma alma entediada.
É tão belo e empolgante
Não saber o que há adiante.
Só andar rumo ao distante,
Vivendo planos não planejados.
O improviso também
Tem seu tempo determinado.
A rotina pode ser brutal,
Massacrando a alma
Com tédio mortal.
E quebrá-la faz um bem,
Quando não se tem mais ninguém.
Nessas horas,
Em certo sentido,
Faz bem a alma rumar sem direção.
Pois neste caso,
Bem ou mal não importa,
Torna-se razão de boa hora,
Fazer o bem de ir além
Dos planos rotos
De uma vida perfeita
E vazia de surpresas.
Por essas e outras,
Não tenho dúvida:
Há beleza na incerteza!
27 de Fevereiro de 2020
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