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Nota de Pesar

  • Gile
  • 15 de jul. de 2021
  • 1 min de leitura

Atualizado: 12 de fev. de 2022

Foi um ninguém,

Assim retrata

A nota.

Quem era não importa,

Pois foi-se já embora.

Em boa, porque triste

E vaga vida transborda.

A dor do vazio

Já não suporta.

Mas tudo findou agora.


O sentimento

De ser um fracasso

Eu sei como é:

Remar e remar;

Mas, ao fim,

Ser levado pela maré.

Quem resolveria

A dor da agonia?

Quem ajudaria

Este pobre diabo?

Nada leva a cabo.

Tudo fica por acabar.

É, de fato,

Um fracasso.

Ninguém disso discordará.


Gente contente

Não entende

A dor da agonia.

A ansiedade que

Esvazia a vida.

Só o fracassado

Entende, e lamenta,

Seu frustante passado:

Nenhum troféu na estante

Para decorar o instante

Vivido inutilmente

E, agora, lamentado.

Um derrotado.


Não tem lembranças.

Só recorda a destemperança

De decisões equivocadas,

Irrefletidas e, depois, lamentadas.

No calor do momento

A vida é aquecida.

E, logo mais adiante,

Envergonhada e esquecida.

Um loser não tem lembranças.

Seu único desejo

É apagar o passado.

E começar tudo de novo,

Do avesso,

Para ter certeza do sucesso.

Se uma nova chance tiver,

Por acaso.

Mas novas chances não vêm.

A vergonha das lembranças

É tudo o que tem.

Ser o zero à esquerda.

A existência inútil,

Oca e fútil

Foi sua sina.

Em verdade, inexistência.

Sem ser notado,

Inominado para todos os outros,

Segue seu vazio

Em meio à massa

Da coesa nota de indiferença.


O oposto ao amor

Não é a dor.

Nem mesmo o ódio.

É a indiferença que fere

O nulo inacabável.

O pleno silêncio

Dirigido ao vazio

E insignificante.

Essa é a nota

De pesar incessante.


Meus sentimentos!



19/01/2021

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