O Tempo
- Gile
- 9 de fev. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 31 de mar. de 2022

O passado é só um lugar
Onde ninguém quer estar.
A efemeridade do momento
É como um juramento.
Você dá sua palavra,
Mas palavras são como o vento,
Envelhecem rápido
No profundo esquecimento.
Foi-se, e já não é.
É, e não se foi.
Estão nas lembranças escondidas.
Existem no coração,
O lugar da esperança perdida.
No empoeirado sótão dos pensamentos,
Vivem abandonados sentimentos.
Lembranças de um passado distante,
Mágoas e euforias alijadas,
Memórias enganadas.
Surpreendido na atenção
Às memórias,
O pensamento se vê mergulhado
Num tempo já acabado.
Alegrias terminadas que combatem
O futuro incerto.
A ansiosa incerteza
Cede, com presteza,
Seu nervosismo ao tempo presente,
A fim de que este saiba
Como é triste e angustiante
Não ter certeza.
O agora é só um instante,
O ontem já se foi
E o amanhã não existe.
Onde, pois, existimos de fato?
E subindo os degraus barulhentos
Desta deprimente escada,
Debruçamo-nos, mais uma vez,
Sobre a temporal escala
Na vã tentativa de compreender
A lógica da vida:
Não existe mais no ontem;
É efêmera no agora;
E, no futuro, ninguém sabe
O que nos aguarda.
19 de Janeiro de 2021
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