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À beira-mar

  • Gile
  • 10 de mar. de 2021
  • 1 min de leitura

Quando morrer Quero ser cremado. Assim minhas memórias, Para sempre, estarão libertas. E de uma tumba fria Serei livrado. Ao passado Já não estarei algemado. Por gentileza, Jogue minhas cinzas ao mar. E deixe que a brisa fria Leve a agonia destes dias Ao horizonte infinito, De onde nunca voltará. Uma alma livre Deve assim permanecer, Mesmo quando desta vida For-se ao entardecer. Ao pôr-do-sol da senda terrena, Espero desta vida Ter valido a pena Minha curta E insignificante existência. Ver o sol nascer E, ao infinito, partir É meu último desejo. E, assim, dará ensejo Ao meu eternal porvir. Indolor e lentamente Vou-me ao firmamento reluzente, Ao lindo céu Que, ao cair da tarde, Pintado foi de tom pastel. O degradê de multitons Faz marejar os olhos De quem o admira, Enamorado ante a beleza De tremendo artista. Assim, de olhos abertos, Sonho à beira-mar. Enquanto aspiro ao céu A que minh'alma, Logo, partirá.

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